Uma das minhas séries preferidas ganhou recentemente um novo “sopro”. Trata-se de Família Soprano, um sucesso mundial, e sem dúvida um marco da TV americana, que é sempre vista no topo das listas das melhores de todos os tempos feitas pela crítica especializada. A série estreou em janeiro de 1999, no canal a cabo HBO, muito antes de existir em plataformas de streaming. Ou seja, uma época em que as pessoas assistiam a todas, juntas, no mesmo horário proposto pela grade de programação da emissora. A audiência do programa foi, desde seu começo, avassaladora, chegando a ultrapassar mais de 12 milhões de aparelhos ligados na atração, nas noites de domingo (um dia e horário dos mais disputados nos EUA), estabelecendo um recorde que só foi quebrado muitos anos depois por Game of Thrones, também da HBO. O sucesso é ainda mais impressionante se levarmos em consideração que as pessoas acompanhavam e torciam por um protagonista mafioso, violento, imoral, com crises de ansiedade e não muito atraente. Tony Soprano, este personagem, foi interpretado por James Gandolfini, e estabeleceu de uma vez por todas a figura do anti-herói, em um tempo no qual os protagonistas na TV, na grande maioria, eram figuras do bem, sem qualquer ambiguidade de caráter. Além do mais, a parte dramática foi muito bem estabelecida, deixando o público se aproximar um pouco mais da realidade de uma família que enfrentava problemas reais e muito próxima da “normalidade”.
Vencedora de 21 Emmy Awards e 5 Globos de Ouro, esse show teve vida longa, terminando em alta, na sua sexta temporada, deixando milhares de fãs órfãos, até que, no mês passado, estreou também na HBO o filme The Many Saints of Newark, 2021, de Alan Taylor. Esse spin-off (derivado do original), traz à tona o passado de Tony Soprano e o começo de sua formação como um dos maiores gangsters da região de Newark. O longa explora muito bem os conflitos entre negros e italianos, na Nova Jersey dos anos 60, além de nos apresentar diversos outros interessantes personagens que podem continuar em cena. Afinal, a ideia da produtora é transformar esse filme em uma nova série, e acredito que será uma aposta certeira, pois o mundo da máfia nos EUA sempre terá a atenção de uma significativa parte do público. Por sua vez, uma grande sacada do filme é ter como filho de Tony o ator Michael Gandolfini, filho também na vida real de James Gandolfini, falecido em 2013, e Ray Liotta, um grande ator muito conhecido por ter feito outro clássico filme de máfia: Os Bons Companheiros.
Outras ótimas séries de máfia:
Suburra: Sangue em Roma – Netflix
Boardwalk Empire – HBO
Bad Blood – Netflix
Vincenzo – Netflix
Nova Yorke Conta A Máffia – Netflix
Gangues de Londres – Amazon Prime
Sons of Anarchy – Star
Sobre o autor da coluna
Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.
