sexta-feira, 10, maio 2024 - 08:56

Stephen King nas Telas – Por Michel Abrahão

Nascido em Portland, em 21 de setembro de 1947, Stephen King é, sem dúvida, gostese dele ou não, uma lenda viva da literatura mundial. Seus números impressionam: são mais de 400 milhões de cópias vendidas de seus mais de 80 livros publicados (romances, contos e não ficção); é o nono escritor mais traduzido do mundo, e, segundo o Guinness Book, o autor vivo com mais adaptações para o cinema. Criado apenas pela mãe (o pai o abandonou aos dois anos), King teve uma infância dura, sua família enfrentou dificuldades financeiras, e ele começou a escrever seus contos muito cedo, ainda na escola, onde vendia as historinhas para seus colegas com a total reprovação dos seus professores. Estudou inglês na universidade do Maine, e lá conheceu sua esposa Tabitha Spruce, que anos depois também se tornou escritora, e juntos tiveram três filhos, sendo que dois deles também são escritores de sucesso: Owen King e Joseph King (que assina como Joe Hill); sua única filha, Naomi King, é ministra da Igreja Universalista Unitária, na California.

Stephen iniciou sua carreira escrevendo pequenos contos para revistas masculinas, enquanto completava o orçamento trabalhando em uma lavanderia até conseguir um emprego como professor. A renda, ainda bastante curta, obrigava-o a uma vida sem luxos, e ele e sua família viviam em um trailer, até o dia em que uma ligação telefônica mudou tudo: seu livro Carrie – A Estranha seria publicado. A obra, hoje um clássico do terror, rendeu-lhe um adiantamento de 2500 dólares, e anos depois muito mais dinheiro referente aos direitos autorais, inclusive para o cinema, quando foi levado às telas pelo diretor Brian de Palma. O filme fez um enorme sucesso de bilheteria e foi a virada de chave, na carreira do autor, pois puxou as vendas dos outros livros de “Steve”, atraindo um público que queria conhecer mais sua obra. Nesse sentido, a carreira de King seguiu sendo um enorme sucesso tanto no papel quanto nas telas. A adaptação seguinte foi O Iluminado, dirigido pelo então já consagrado diretor Sltanley Kubrick. O longa fez ainda mais dinheiro que o antecessor Carrie, chegando a uma bilheteria de mais de 70 milhões de dólares apenas nos EUA. Apesar do sucesso de crítica e público, King ficou desapontado com o filme que Kubrick fez: “Jack Nicholson era muito sombrio, e o horror do romance vem do fato de Jack Torrance (personagem principal), ser um cara legal. Não há qualquer embate moral no filme.”

A rigor, os anos 70 seguiram muito produtivos e deixaram King cada vez mais rico, mesmo sendo uma década de enfrentamento do alcoolismo, além de várias outras drogas que fizeram com que ele mal se lembrasse de ter escrito “Cujo (cão assassino).” Hoje, graças à intervenção da família e de amigos, ele está sóbrio (limpo desde o final dos anos 80).

Em contraste com a fama de mestre do horror, seus livros que renderam as melhores adaptações para o cinema foram justamente os mais amenos: Um Sonho de Liberdade, À Espera de um Milagre e Conta Comigo (o melhor de todos, segundo ele). Foram três filmes que deixaram uma excelente impressão em uma grande parcela de espectadores que não faziam ideia de seu imenso talento fora do gênero terror/suspense.

Enfim, hoje aos 74 anos e milionário, ele continua produzindo como sempre, escreve uma média de 1000 palavras por dia e entrega um novo romance por ano, inclusive, para os mais interessados, ele fez um livro sobre seu método de trabalho: Sobre A Escrita – A arte em Memórias.

Tudo de Stephen King nas telas:

  • Carrie – A Estranha, de Brian de Palma
  • O Iluminado, Stanley Kubrick
  • CreepShow, de George a. Romero
  • Cujo, de Lewis Teague
  • A Hora da Zona Morta, de David Cronemberg
  • Christine – O Carro Assassino, de John Carpenter
  • Colheita Maldita, de Donald P. Borchers
  • Chamas da Vingança, de Mark L. Lester
  • Olhos de Gato, de Lewis Teague
  • A Hora do Lobisomem, de Daniel Attias
  • Comboio do Terror, de Stephen King
  • Conta Comigo, de Rob Reiner
  • Salems Lot, de Larry Cohen
  • O Sobrevivente, de Paul Michael Glaser
  • O Cemitério Maldito, de Mary Lambert
  • Contos da Escuridão, de George A. Romero
  • A Criatura do Cemitério, de Ralph S. Singleton
  • Misery, de Rob reiner
  • O Passageiro do Futuro, de Brett Leonard
  • Sonâmbulos, Mick Garris
  • A Metade Negra, de George A. Romero
  • Trocas Macabras, de Fraser C. Heston
  • Um Sonho de Liberdade, de Frank Darabont
  • Mangler – O Grito de Terror, de Tobe Hooper
  • Eclipse Total, de Taylor Hackford
  • Às Vezes Eles Voltam, de Tm Macloughlin
  • A Maldição, de Tom Holland
  • Vôo Noturno, de Wes Craven
  • O Aprendiz, de Bryan Singer
  • À Espera de um Milagre, de Frank Darabont
  • Lembranças de um Verão, de Scott Hicks
  • O Apanhador de Sonhos, de Lawrence Kasdan
  • Janela Secreta, de David Koepp
  • Montado na Bala, de Mick Garris
  • O Nevoeiro, de Frank Darabont
  • No Smoking, de Anurag Kashyap
  • Sede de Vingança, de Jeff Beesley
  • Pacto Maligno, de Peter Cornwell
  • Celular, de Tod Williams
  • A Torre Negra, de Nikolage Arcel
  • IT – A Coisa, de Andy Muschietti
  • Jogo Perigoso, de Mike Flannagan
  • 1922, de Zack Hilditch
  • Doutor Sono, Mike Flanagan

Séries:

  • Under The Dome
  • The Outsider
  • Castle Rock
  • Sr. Mercedez
  • The Stand
  • Novembro de 63

Sobre o autor da coluna

Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.