Acredito que nenhuma profissão foi tão bem representada no cinema como a de professor. São inúmeros filmes, que apesar de serem muito parecidos em sua essência (quase sempre mostrando histórias de superação), conquistam e emocionam o grande público. Mestres que marcaram a vida de alunos, em produções baseadas em fatos ou não, costumam render obras inspiradoras e atemporais. No entanto, sempre irão existir filmes melhores que outros, mas é difícil ficar indiferente a esse subgênero. Nesse sentido, preparei uma lista com alguns títulos obrigatórios para serem vistos ou revistos:
Ao Mestre com Carinho, 1967, de James Crowell, é sem dúvida um dos meus preferidos. Traz a história de um engenheiro desempregado que resolve se virar como professor numa escola barra pesada em um bairro operário de Londres. Em sala de aula, sofre todo tipo de insultos, até que, com muita paciência e carisma, consegue conquistar a difícil turma. A interpretação magnífica de Sidney Poitier e a canção que virou um clássico, To Sir, With Love, embalou inúmeras sessões da tarde e segue na memória afetiva de muitos. O filme chegou a ter uma tardia continuação em 1996, mas a produção para a TV, apesar de ser um bom programa, não conseguiu alcançar a mesma “magia” e foi ignorada pela maioria do público. Os dois filmes estão disponíveis no Youtube.
Coach Carter – Treino para Vida, 2005, de Thomas Carter. Aqui, saímos das salas de aula e entramos nas quadras de basquete para conhecermos a história real de Ken Carter (Samuel L. Jackson), um técnico durão e polêmico que impõe aos seus alunos um regime de treino bastante rígido, em que o desempenho escolar está acima de tudo. Os métodos e os fortes valores morais de Carter fazem dele muito mais que um treinador, ou seja, um verdadeiro educador preocupado com o futuro de seus discípulos.
A Onda, 2008, de Dennis Gansel. Tudo começa quando o professor de ensino médio, Rainer Wengel, começa a dar aulas sobre autocracia. Nesse viés, ao usar sua popularidade entre os alunos e explicando o tema por meio de exemplos e métodos reais, uma curiosa experiência é criada em sala de aula. Logo, os alunos transformam um projeto escolar numa “onda” fascista, extrapolando os limites da escola e perdendo o controle sobre o movimento. A produção é baseada em uma história real que ocorreu na Califórnia, em 1967, quando um professor fez um experimento com seus alunos, chamado a terceira onda, para mostrar como funcionava o nazismo.
Sociedade dos Poetas Mortos, 1989, de Peter Weir, apresenta-nos John Keating (Robin Williams), um professor de literatura inglesa que ingressa em um colégio interno conservador nos EUA, na década de 50. Com seus métodos pouco usuais, ele consegue despertar a paixão dos discentes pela poesia e pela vida da mesma forma que desperta a rejeição dos diretores da instituição e de alguns pais. O longa já é considerado por muitos críticos como um novo clássico do gênero. Ademais, também foi um enorme sucesso de público, marcando uma geração, inspirada pelas belas mensagens do professor Keating: “Carpe Dien. Aproveitem o dia, rapazes. Façam sua vida extraordinária.”
Assim, deixo aqui meus parabéns a todos os grandes professores do nosso país, especialmente meus amigos e a minha irmã e melhor crítica, professora Sílvia Abrahão!
Outros títulos memoráveis:
Mentes Perigosas
Escritores da Liberdade
O Sorriso da Monalisa
Entre os Muros da Escola
Mr. Holland – Adorável Professor
A Onda
O Preço do Desafio
Merlí – Série
Meu Mestre, Minha Vida
Escola do Rock
A Voz do Coração
O Clube do Imperador
O Milagre de Anne Sullivan
Encontrando Forrester
Half Nelson
O Substituto
Sobre o autor da coluna
Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.
