O cinema, ao longo dos anos, já nos deu tudo quanto é tipo de criminosos: mafiosos, gangsters, serial killers e, o mais repetido de todos, os ladrões. Já vimos roubos de bancos, de joias, de obras de arte e até de segredos de estado. Não existe crime impossível nas telas e invariavelmente torcemos por eles, os “vilões”. Por uma vez, alguns desses criminosos marcaram época, como no caso do estiloso Thomaz Crown, interpretado primeiro por Stevie McQueen, em 1968 e depois por Pierce Brosnan, em 1999 e o charmoso Cary Grant, no clássico Ladrão de Casaca (Telecine).
A princípio, podemos dividir esses filmes em algumas categorias, os roubos vão dos mais simples e cerebrais aos mais caros e sofisticados, chegando aos impossíveis. Nesse último caso, a receita é quase sempre a mesma: primeiro apresentar o alvo a ser furtado e tornar claro o quanto este é bem protegido, para depois seguir com a convocação da equipe de especialistas que, por fim, executará o crime. Trata-se de um delicioso clichê que muitas vezes nos surpreende com finais mirabolantes. Acredito que 11 Homens e um Segredo (e suas continuações) seja um dos maiores representantes dessa categoria. Também temos os casos verídicos em que a realidade pode até superar a ficção , como o nacional Assalto ao Banco Central ( Amazon Prime), inspirado no maior assalto a banco do século no Brasil (165 milhões), que ocorreu em Fortaleza; o inglês Efeito Dominó (Looke), novamente sobre um assalto a banco em Londres, nos anos 1970, e o documentário O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos (Netflix), que conta a história de um roubo milionário ocorrido no museu de arte de Boston.
Ademais, nem só de filmes e documentários vive o gênero dos assaltos, e o mega sucesso, La Casa de Papel, que já conta com quatro temporadas e tem programada uma quinta e última, que deve chegar por aqui em 20 de agosto deste ano, é um raro caso de uma série que segue à risca a receita já citada, aproveitando do formato mais longo para nos fisgar ainda mais no convívio com seus personagens.
Por fim, duas produções mais recentes bem cotadas entre os apreciadores dos gatunos:
Lupin, 2021, Divertida obra que presta uma homenagem e apresenta definitivamente ao mundo o escritor Maurice Leblanc, criador do personagem clássico da cultura francesa, Arsene Lupin, um ladrão sofisticado que rendeu 21 livros. A série dividida até o momento em duas partes de cinco capítulos, traz novamente ao estrelato o carismático ator Omar Sy, muito conhecido por aqui pelo filme Os Intocáveis. A produção já é um dos fenômenos mundiais do catálogo da Netflix, chegando a ser vista por mais de 100 milhões de pessoas.
Assalto ao Banco da Espanha, 2021. Na trama, o milionário Walter (Lian Cunninghan) reúne um grupo supercapacitados para executar um roubo impossível ao Banco da Espanha, onde umas moedas raras estão protegidas em seu cofre. O roteiro é exatamente o de sempre, e ainda assim o filme é cativante e divertido, principalmente pelas cenas que se passam durante a Copa do Mundo de Futebol e também pela participação do ator Freddie Higmore (The Good Doctor). Disponível no Telecine.
Outros roubos e onde encontrar:
Uma Saída de Mestre – Telecine
O Plano Perfeito – Netflix
Truque de Mestre – Netflix
Atração Perigosa – HBO
Fogo Contra Fogo – Amazon Prime
Oito Mulheres e Um Segredo – Telecine
A Armadilha – Amazon Prime
Baby Driver – Netflix
Crimes Cruzados – Amazon Prime
Ladrões – HBO
A Arte de Roubar – Amazon Prime
Sobre o autor da coluna
Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.