O dia dos namorados vem aí, e em tempos de pandemia, a dica é aproveitar para ver um romance na tela junto à pessoa amada. São inúmeros os títulos disponíveis nas plataformas de streaming; a oferta é realmente enorme, tem para todos os gostos, nacionalidades e idades, principalmente se incluirmos na lista as comédias românticas. Infelizmente, grandes clássicos, antigos e recentes, já não são tão fáceis de encontrar.
Ademais, considero que esse seja um dos gêneros mais difíceis de sair do lugar comum, parece até já existir um roteiro padrão, preconcebido e repetido à exaustão. Mas nada disso parece afetar o crescente amor dos fãs pelos vários clichês amorosos: casais que se apaixonam loucamente do nada, mulheres lindas e inseguras com a própria aparência, solteiras vistas como fracassadas e desesperadas para encontrar alguém, escolhas dificílimas entre o amor e a carreira, e por fim, o mais comum de todos, protagonistas que se odeiam até que no final descobrem que se amam. Muitas vezes, com apenas poucos minutos, já sabemos tudo que se avista, traduzido por total falta de criatividade.
Por sua vez, entre tantas “mesmices”, é possível nos deparamos com algo fora da caixa, geralmente algumas obras literárias adaptadas (Jane Austen nunca falha), uma história real bem contada, algumas refilmagens ou quando há a chamada “química” entre o casal que aparece e salva até produções menores. Não obstante, também sempre temos a escolha de rever os mais antigos, ainda mais quando a memória já não é a mesma, pensando nisso, aqui vão algumas sugestões:
Entre Dois Amores, 1985, foi baseado no livro autobiográfico, Den Afrikanske Farm, e conta a história real da baronesa Karen Von Bixen (Merryl Streep), uma bela mulher que se apaixona pela África e decide tomar conta de uma plantação de café no Quênia, onde ela conhece o caçador Denys Finch Hatton (Robert Redford). É sem dúvida um filmaço, desses que tudo dá certo: roteiro, música, direção e atuações. Recebeu incríveis vinte e oito prêmios, incluindo sete Oscars. Acredito que a grande maioria das pessoas já deve ter visto, mas vale a pena revê-lo enquanto ainda está disponível na Netflix.
Harry e Sally, 1989. Após a formatura em Chicago, Sally Albright (Meg Ryan) dá uma carona ao namorado de uma amiga e também recém-formado, Harry Burns. Daí em diante, uma relação de amizade é construída em uma série de encontros ao longo dos anos, que acaba virando uma grande paixão. Impossível não querer rever este, que na minha opinião, já pode ser considerado um novo clássico. Com a direção sempre competente de Rob Reiner (Questão de Honra, Conta Comigo, Antes de Partir), o roteiro da brilhante Nora Ephron, as tomadas de uma Nova York encantadora e o melhor das canções clássicas norte-americanas na voz de Harry Conick Jr, este é um filme absolutamente memorável. Se tudo isso não bastasse, ainda temos Carrie Fisher (a princesa Leia), em um papel secundário. Além do mais, graças a Harry e Sally, eu conheci a minha linda esposa (mas isso é outra história). Disponível na Amazon Prime/MGM.
Outros ótimos romances fáceis de encontrar:
Em Algum Lugar do Passado – Claro Vídeo
Um Visto Para o Céu – HBO
A Difícil Arte de Amar – Amazon Prime
O Amor Não Tira Férias – Netflix
As Pontes de Madison – Google Play
Pecados Íntimos – Netflix
O Nosso Segredo – Claro Vídeo
Modern Love – Amazon Prime
As Idades do Amor – Amazon Prime
Monsieur e Madame Adelman – Netflix
Muito Bem Acompanhada – Netflix
Diário de Uma Paixão – Netflix
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata – Netflix
Simplesmente Amor – Amazon Prime
Casablanca – Telecine
A Princesa e o Plebeu – Telecine
Paris Pode Esperar – Amazon Prime
Sobre o autor da coluna
Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.