terça-feira, 29, abril 2025 - 20:43

O Método Kominsky – Por Michel Abrahão

Nos últimos tempos, quase que diariamente, as plataformas de streaming nos bombardeiam com uma infinidade de filmes feitos para o público adolescente. São inúmeras produções adaptadas de HQs, livros de fantasia e temas escolares, que na maioria das vezes não passam de aborrecidas repetições. Uma vez ouvi ou li (não me lembro), que Hollywood tem o infinito poder de fazer o mesmo filme repetidas vezes: uma grande verdade! Nos cinemas, a situação não é diferente; os blockbusters tomam conta da maioria das salas, deixando produções menores quase sem espaço de exibição. O objetivo é criar franquias rentáveis, infinitas continuações e vender produtos relacionados aos filmes.

Em contrapartida, um público adulto crescente é cada vez menos representado nas telas. Bons roteiros que falem diretamente para “ele” e comunguem com as particularidades, suas angustias e alegrias não são fáceis de encontrar. Por sua vez, sei que o termo “melhor idade” também não se justifica, pelo menos para uma grande parte dos seus integrantes que enfrentam as agruras de envelhecer em um mundo onde no mercado da cinematografia, a cultura da eterna jovialidade parece não dar trégua. Mas, felizmente, a representatividade da terceira idade é tão brilhante quanto escassa. Além disso, acompanhar nossos ídolos, igualmente envelhecendo pode ser até reconfortante para muitos que esperam vê-los ainda em bons papéis.

Assim sendo, neste dia 28, a Netflix disponibiliza, em seu catálogo, a terceira e última (lamentável), temporada da ótima série norte-americana O Método Kominsky. A obra criada por Chuck Lore, um gigante da TV que já nos deu outros enormes sucessos (Roseanne, 1990, Two and A Half Man, 2003, The Big Bang Theory, 2007), apresenta-nos a história de Sandy Kominsky (Michael Douglas), um ator que nunca alcançou a fama e se dedica a ensinar artistas iniciantes em sua escola, usando seu próprio método. Junto com seu melhor amigo, Norman Newlander (Alan Arkin), um bem-sucedido agente de Hollywood, eles enfrentam os desafios, dores e alegrias na velhice. O humor e a leveza com que o roteiro nos traz temas, muitas vezes indigestos, como câncer, problemas na próstata, perdas pessoais e vida amorosa, é sem dúvida o ponto alto do show. O carisma dos personagens, aliado ao incrível desempenho dos atores, fez do programa um grande sucesso de público e crítica, chegando a vencer vários prêmios, incluindo o Globo de Ouro de melhor série e ator principal. Quem ainda não assistiu, terá a sorte de poder fazer uma divertida maratona, são oito episódios por temporada que não passam de meia hora cada.

Mais dicas:

Conduzindo Miss Dayse – Amazon Prime

Do Jeito que Elas Querem – Telecine

Nossas Noites – Netflix

Amor – Globo Flat

Longe Dela – Looke

Elsa e Fred – HBO

E Se Vivêssemos Todos Juntos – Globo Play

Philomena – Telecine

O Quarteto – Claro Vídeo

Ella e John – Telecine

Minhas Tardes com Margueritte – Globo Play

O Exótico Hotel Marigold

Num Lago Dourado

Envelhescência – Youtube

Grace and Frankie – Netflix

A Senhora da Van – Netflix

Sobre o autor da coluna

Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.