sexta-feira, 25, abril 2025 - 16:05

Mel Gibson ainda é grande? – Por Michel Abrahão

Quem já passou dos 40 anos, acredito eu, deve saber o que o nome Mel Gibson representou para a indústria do cinema nos anos 80. Sucessos arrasadores como os das franquias Mad Max e Máquina Mortífera marcaram uma geração que se acostumou a ver e rever os seus filmes no cinema e na TV.

A carreira de Gibson parecia não falhar, e sua aparência física, diferente de outros astros de filmes de ação à época, permitia- lhe transitar por diversos outros tipos de papéis. Nessa seara, foram diversos sucessos: Maverick, Do Que As Mulheres Gostam, O Troco, Fomos Heróis, O Patriota, Hamlet e tantos outros. Por sua vez, com um talento surpreendente, Mel decidiu passar para trás das câmeras e dirigiu produções grandiosas que elevaram, e muito, seu nome, chegando até a vencer um Oscar de direção pelo ótimo Coração Valente.

Mas um dos destaques de sua carreira, um católico fervoroso, deu-se em 2004, quando dirigiu o polêmico A Paixão de Cristo. Nesse viés, a obra causou um enorme barulho, com pessoas que abandonavam as sessões sem aguentar ver a crueza com que o filme apresentou as últimas 12 horas de Cristo. Rodado em latim, chegou até a ser proibido em alguns países, e, finalmente, arrecadou quase 700 milhões de dólares pelo mundo.

Já no final de 2006, a sorte de Gibson virou, quando foi pego dirigindo embriagado e, num desacato insano, desferiu uma série de ofensas antissemitas aos policiais, o que causou um enorme dano a sua imagem. Nesse sentido, nem o pedido de desculpas público, nem a admissão de alcoolismo conseguiram minimizar o “cancelamento”, o que se somou a um divórcio bastante midiático que culminou no pagamento de 425 milhões de dólares à ex-mulher, Robin Moore. Por conseguinte, a escassez de bons papéis o levou a uma década quase perdida em sua carreira, até que em 2016, quando o filme Até O Último Homem trouxe-o novamente aos holofotes. Desde então, ele ressurgiu em uma série de produções, mas sem o mesmo destaque de outrora. Nesse contexto, desejo apontar dois desses últimos que valem a pena ser vistos:

O Gênio e o Louco (2019), que é baseado no livro de Simon Winchester e traz a fascinante história da criação do dicionário de Oxford por dois homens de personalidades antagônicas, contudo igualmente geniais, James Murray (Mel Gibson) e W.C. Minor (Sean Penn). O longa foi filmado em 2016 e demorou três anos para ficar pronto devido a vários problemas logísticos e perda dos direitos autorais. Disponível no Telecine.

O outro filme é Justiça Brutal (2020), que retrata a história de dois policias, Brett Ridgeman (Mel Gibson) e Anthony Lurasetti (Vince Vaughn), que são suspensos quando suas táticas de trabalho pouco usuais são descobertas. A partir daí, precisando de dinheiro, eles decidem entrar numa jogada criminosa. Longe de qualquer clichê de filmes policiais, vemos aqui um show de criatividade num roteiro original e bastante empolgante. Esse longa, muito acima da média das produções atuais, não contou, entretanto, com a merecida atenção dos críticos. Disponível no Amazon Prime.

Outros filmes de Mel Gibson disponíveis nas plataformas:

Até o Último Homem – Amazon Prime Vídeo

Do Que As Mulheres Gostam – Amazon Prime Vídeo

O Patriota – Claro Vídeo

Herança de Sangue – HBO e Telecine

Máquina Mortífera I, II, III e IV – HBO

Hamlet – Claro Vídeo

Plano de Fuga – Telecine

Força da Natureza – Netflix

O Homem Sem Face – Claro Vídeo

Sinais – Telecine

A Paixão de Cristo – Telecine

O Hotel de Um Milhão de Dólares – Claro Vídeo

Alta Tensão – Netflix

O Mercenários 3 – Amazon Prime Vídeo

O Preço de Um Resgate – Netflix

Pai em Dose Dupla – Amazon Prime Vídeo

Sobre o autor da coluna

Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.