Com mais de um ano de atraso, por causa da pandemia do covid-19, vamos finalmente assistir a mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Para a maioria das pessoas, é hora de dar um tempo nos filmes e séries e adentrar o mundo dos esportes. Afinal, são poucas semanas em que o planeta é tomado por esta paixão que nos faz apreciar modalidades esportivas às quais só damos atenção a cada quatro anos: salto ornamental, esgrima, badminton, tiro ao alvo, remo e tantos outras. Logo, assim como nos filmes, as Olimpíadas também têm seus clichês: vamos descobrir nos próximos dias quais serão nossos novos “heróis” (os medalhistas e suas histórias de superação), ouvir as críticas de sempre sobre a falta de estimulo ao esporte no Brasil, eleger uma musa da competição e torcer contra a nossa eterna rival, a Argentina.
No cinema, frequentemente, os Jogos já inspiraram todo tipo de obra que se possa imaginar, desde documentários, dramas, romances até desenhos. A primeira dessas obras que se tem notícia foi o documentário Olympia, 1938, da cineasta alemã Leni Riefenstahl, a primeira a documentar uma edição dos Jogos modernos, em 1936, na cidade de Berlim. O projeto foi uma encomenda do Terceiro Reich sob o comando do então ministro da propaganda Joseph Goebbels, que via no cinema uma grande ferramenta de divulgação do regime nazista. Ainda podemos ver no filme a curiosa participação de dois brasileiros: Ícaro de Castro Melo, na prova de salto em altura, e Catrambi, na prova de tiro ao alvo.
Ademais, outros grandes filmes que merecem muito serem vistos e revistos: o excelente drama Munique, 2005, de Steven Spielberg, que capta toda a tensão do ataque terrorista mostrado ao vivo para todo o mundo durante a segunda semana das Olimpíadas de Munique, na Alemanha Ocidental, em 1972, quando o grupo extremista palestino conhecido como “Setembro Negro” invadiu a Vila Olímpica, matando dois membros da equipe de Israel e sequestrando outros nove atletas; Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo, 2014, de Bennett Miller (melhor diretor no Festival de Cannes), mostra a história (verídica), do campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz que aceita o convite do milionário John Du Pont para montar uma equipe para as Olimpíadas de 1988, dando início a uma relação bastante conturbada e com um final incrivelmente trágico; Race, 2016, de Stephen Hopkins, mostra a cinebiografia do lendário Jesse Owens, atleta norte-americano que conquistou quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936, superando corredores arianos em pleno regime de Adolf Hitler.
Outros bons filmes sobre o tema:
Munique – Claro Vídeo
Foxcatcher – Claro Vídeo
Eu, Tonya – Apple TV
Jamaica Abaixo de Zero – Disney Plus
Olympia – Youtube
Asterix e os Jogos Olímpicos
Ouro, Suor e Lágrimas – Youtube
Carruagens de Fogo
Eu Sou Bolt – Telecine
Race – HBO
Prefontaine
Invencível – Amazon Prime
Atleta A – Netflix
Sobre o autor da coluna
Michel Abrahão é um cinéfilo paulista, radicado na Paraíba, proprietário da antiga e querida Ribalta Vídeo, referência para todos os moradores de João Pessoa também apaixonados por cinema.